Texto originalmente publicado em 19 de junho de 2017
À esquerda e à direita, graças a essa foto estamos assistindo desde ontem a
É fraquíssima a primeira crítica elaborada pelo MBL à nova gestão da UNE. O cardápio de críticas que podem e devem ser feitas à UJS e à direção majoritária da entidade é exuberante, mas certamente o fato de sua nova Presidenta não ter se formado no tempo mínimo de um determinado curso superior não é uma delas.
A provocação, além de expor um esvaziamento de ideias (o que, afinal, ela diz sobre as propostas do MBL para a educação brasileira?), evidencia, ainda, uma completa e muito preocupante ignorância do movimento sobre a realidade de quem estuda nesse país.
Por trás do ataque – raso, precipitado e despolitizado -, há a ideia de que não deve ser tarefa do movimento estudantil brasileiro a defesa dos interesses de quem não faz outra coisa da vida senão estudar. Esse ultracorporativismo de novo tipo, além de ir na contramão das boas experiências educacionais pelo mundo, exclui do corpo estudantil aqueles que não tiram boas notas, aqueles que estudam e trabalham, ou simplesmente aqueles que apenas levam uma vida acadêmica para além da sala de aula.
Para um país em que o índice de evasão escolar é enorme (cerca de 20% dos quase 8 milhões de estudantes universitários), atacar quem não se forma no tempo mínimo é passar vergonha e, ao mesmo tempo, exibir ignorância sobre os desafios da educação brasileira.
Fica a dúvida: quem seria o Presidente ideal da UNE, na opinião do MBL?
Se um dia o movimento se ocupar de eleger ao menos um delegado para dar a cara à tapa em um Congresso da entidade, talvez matemos a curiosidade.
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