"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce"​: agradecendo a quem me ajudou a ser aceito em Columbia

Texto originalmente publicado em 9 de março de 2020

As vitórias em geral são prazerosas, mas poucas são as catárticas. Poucas são aquelas que te fazem perder o fôlego, como o piloto que é lançado ao céu e de lá vê o mundo inteiro. Poucas vitórias são tão grandes que não se permitem comparar com com nenhuma derrota que já ocorreu na sua vida.

Como aquele gol entalado na garganta, de virada, à beira do apito final no Pacaembu lotado, fui aceito no programa de Mestrado em Administração Pública da School of International and Public Affairs da Universidade de Columbia, em Nova York (EUA).

“Gastei uma hora pensando um verso que a pena não quer escrever. No entanto ele está cá dentro inquieto, vivo. Ele está cá dentro e não quer sair. Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira.” Só Drummond me ajuda a entender que essa vitória é, a um só tempo, singular e dupla. É graças à FGV EAESP e ao seu Mestrado Profissional em Gestão Internacional que tenho a honra de não apenas ser aceito em Columbia, mas ser aceito como um dos primeiros representantes do programa de Duplo Diploma entre as duas instituições!

Mais do que dupla, tríplice. Chego à SIPA abençoado por uma Bolsa de Estudos que me coloca no time que compõe a Lemann Fellowship — aliança que forja, como o próprio nome já diz, um compromisso de vida com o Brasil. 

“Eu não passo de um malandro, de um moleque do Brasil, que peço e dou esmolas. Mas ando e penso sempre com mais de um, por isso ninguém vê minha sacola.” A guitarra dos Novos Baianos me explica que estou diante de uma vitória com o tamanho das pessoas que fizeram meu caminho até aqui.

Não me supreendo se lá na frente tiver mais orgulho das minhas Cartas de Recomendação do que da minha aprovação em si:

  • Maria Paula Dallari Bucci é um dos melhores presentes que a USP já deu ao Brasil e me inspira desde antes de ser minha Orientadora no Largo São Francisco. Cada vez mais, seguirá inspirando e orientando porque sua liderança é, a cada hora que passa, mais urgente para a educação brasileira.
  • Celso Athayde é um dos grandes brasileiros do nosso tempo. Quando fundou a Central Única das Favelas — a CUFA — institucionalizou praticamente tudo aquilo que de melhor nosso país tem a mostrar para o mundo. É nossa obrigação difundir sua visão, é minha honra receber sua confiança. “Favela não é carência, é potência!”
  • Carlos Bezerra Jr não é só a figura pública de que o Brasil mais precisa nesse momento da história: ele é o timoneiro que navega a nau da minha vida política. Um mentor que me deu chances e oportunidades que eu não teria coragem de pedir sequer aos meus maiores devedores. Um líder cuja palavra estará para sempre associada às minhas vitórias daqui para frente.
  • André Samartini, meu apoio mais recente, é talvez o mais importante. Minha aprovação é fruto direto da confiança que o Coordenador da Escola de Métodos da FGV EAESP depositou em mim e na minha capacidade de dar força quantitativa às melhores intenções da minha vida pública.
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“Yo tengo tantos hermanos, que nos los puedo contar”. A Elis Regina canta no “Falso Brilhante” o poema de Atahualpa Yupanqui, imortalizado pela Mercedes Sosa. Ando ao lado de e sou empurrado por um grupo de loucos que desde sempre acreditaram em mim:

Lucas Padilha é o primeiro culpado pela incrível sucessão de eventos que me trouxe até esta vitória. Não fosse ele, eu não teria sequer inscrito no MPGI. Não fosse ele, teria cedido às diárias vontades de desistir de tudo. O futuro me reserva o prazer de poder falar que fui ajudado por alguém que se será o maior intelectual da minha geração.

Alexandre de Chiara é o mais cruel inimigo dos meus medos e inseguranças. Não fosse ele, eu não teria sequer me formado na SanFran. Não fosse ele, teria me conformado com o abandono dos meus sonhos a uma empoeirada gaveta de utopias e fracassos.

Saraiva, Miguel, Victor, Carmo, Fujita, Sorrillo, Vittão, Alface, Moreno, Ted, Aline, Gabrielzinho, Romulo, Lau, Baby, Vini Pereira, Caju e Rodolpho: a Ação Popular guarda dentro de si nossas esperanças e nossas indignações, nossos ódios e nossas paixões, nosso trabalho e nossa diversão, nossas vitórias e nossas derrotas e nossos mais fantásticos sonhos. É por causa dela e de vocês que eu estou indo para onde estou, porque será antes de tudo na política que fazemos e faremos que as verdadeiras soluções para o nosso país vão ser encontradas.

Decio Matos será para sempre meu melhor chefe e algo como um irmão mais velho. Luís Sobral será para sempre meu melhor argumento para lembrar que a cultura e a política constroem um país.

A chance que a FGV EAESP significou para minha vida é encarnada pelo acolhimento intelectual do Professor Luís Henrique Pereira e da Professora Julia Pacheco, pelas tranqulidade e diligência da Adriana e do Chander — pessoas que viram em mim ideias e possibilidades que para mim mesmo não estavam claras. Mas é reconhecendo a presença, em todos os momentos, da definitiva engenheira desta application, Eliene Soares, que a racionalidade de aulas e matrículas dá lugar à emoção da mais calorosa gratidão. 

Agradecimentos especiais a um sem número de pessoas que de um jeito ou de outro, foram essenciais, às suas próprias maneiras, inspirando, apostando, ouvindo ou ensinando. Elaine Lizeo, Rosana Pinheiro-Machado, Esther Solano, Julia Leite e todos os colegas e professores do MPGI, Patricia Bezerra, Ricardo Tripoli, Roberto Fernandes, Bruno Covas, Andrea Matarazzo, João Cury, Edson Aparecido, Geraldo Alckmin e José Serra.

Meu pai é meu maior professor, minha mãe é minha maior segurança, minha irmã é a mulher mais inteligente que eu vou conhecer na vida; meu cachorro, o mais alegre. O agradecimento é por coisas que nunca caberiam em palavras, mas, hoje, é especialmente pelo prazer de dar boas notícias àqueles que se ama.

Meu agradecimento final é o mais antigo da minha vida, mas agora com as palavras da canção de Renato Teixiera na voz de Elis, ouvida em todos os dias desta luta. “Nossa Senhora de Aparecida, ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida.” 

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